Competição de redações escolares inspiradas em personagem literário local não foi divulgada no bairro da capital.
Nenhuma escola do bairro das Rocas tem conhecimento do 1º concurso de redação promovido pela Fundação Capitania das Artes (Funcarte) que homenageia a figura do "Cabra das Rocas", título do livro do escritor potiguar Homero Homem, que está na 10 ª edição e já vendeu 350 mil cópias. O problema é que o prazo de inscrição já encerra no próximo dia 25 (sexta-feira) e, certamente, não haverá tempo para as escolas se mobilizarem para participar e concorrer à premiação de um laptop(aluno) e um aparelho datashow (escola). O concurso é destinado, exclusivamente, a estudantes do ensino fundamental e médio das escolas das Rocas com idade entre 8 e 17 anos.
Nos estabelecimentos não há cartazes, panfletos e nem mesmo os diretores e professores de português e literatura sabem dar qualquer informação sobre o concurso. Além disso, as bibliotecas das escolas não possuem o livro e a biblioteca da própria Funcarte só possui apenas um volume, o que dificulta emmuito a pesquisa por parte dos estudantes. As alunas da Escola Estadual Izabel Gondim, Isabele Priscila Venâncio (17 anos), Camila Emanoela Freire (16), Mariana Eugênia (13) e Kélvia Gonzaga Viana (11), que no momento da visita da reportagem estavam na biblioteca, lamentaram não saberem do concurso. "Eu gostaria de participar para poder pesquisar e saber mais sobre a origem e as qualidades desse povo que mora aqui que é tão simpático", disse Camila.
Para o diretor da Escola Estadual Café Filho, José Bilac de Araújo, a falta de informação caracteriza descaso com que ainda hoje é tratado o 'Cabra das Rocas'. "A briga de canguleiros e xarias, relatada no livro de Homero Homem, parece se eternizar em atitudes como essa de lançar um concurso dessa magnitude e nem os diretores serem informados. Se fossem escolas do centro ou da Zona Sul, já estariam entregando os trabalhos. Como é periferia, onde as escolas têm dificuldades de se manter, falta atenção". Ele prometeu a partir de agora reunir os professores de português e literatura para estimular os alunos a participarem do concurso.
Procurada na manhã de ontem pela reportagem do Diário de Natal, a coordenadora da Biblioteca da Capitania das Artes, Cláudia Guimarães, responsável pelo concurso, não pode falar porque estava em reunião. À tarde foi feita uma nova tentativa por telefone, mas continuava em reunião.
--------------------------------------------------------------------------------Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@diariosassociados.com.br
Edição de quarta-feira, 16 de setembro de 2009 /Diário de Natal
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